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TEA – Transtorno do Espectro do Autismo

Atualizado em 14/fev/2018

O que é?

O Autismo é uma condição de desenvolvimento anormal. Acomete principalmente meninos. Os principais sinais são o atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade de interação social e movimentos estereotipados (ou seja, movimentos que “não fazem sentido” para quem observa, pois não tem uma finalidade definida). Outra característica importante é a dificuldade da criança fazer contato com o olhar, bem como responder quando chamada pelo nome.
O Autismo começa a se desenvolver junto com a formação do feto, por volta da décima segunda semana de gravidez (terceiro mês de gestação). A manifestação dos sintomas tem relação direta com o desenvolvimento anormal do Sistema Nervoso.
Os neurônios e astrócitos (células do cérebro) apresentam um padrão diferente de formação e migração (deslocamento até seu local definitivo). Esta característica faz com que a criança, além dos sintomas clínicos, apresente alguns sinais que podem ajudar no diagnóstico.
O Autismo é classificado como “espectro” porque admite diversos graus de gravidade (como em muitas outras condições médicas). Quadros clínicos leves tem melhores chances de se aproximar ao desenvolvimento normal.
Geralmente há uma associação entre o Autismo, convulsões e deficiência mental em algum grau (ou seja, a criança também pode apresentar uma dificuldade maior de aprendizagem).
Atualmente, em média, para cada 60-70 nascimentos, um é de uma criança com Autismo. Como dito antes, é mais frequente em meninos, e em algumas etnias. Acredita-se que a incidência (ou seja, o número de casos) esteja aumentando pela melhora dos critérios diagnósticos e, de certa forma, à facilitação do acesso à informação.
Em famílias que há um caso de Autismo, há 30% de chances de um segundo caso em nova gestação. Trata-se de uma condição genética, cujos fatores ainda não estão bem claros no momento.
O diagnóstico pode ser realizado no primeiro ano, dependendo da gravidade dos sintomas. Como em outras condições de saúde, quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de melhora.
Tem sido relativamente frequente o diagnóstico de Autismo em adultos após o diagnóstico de uma criança na família. Geralmente são casos leves, que de certa forma passaram “despercebidos”, e que eram tidos como “pessoas diferentes, esquisitas”.
Não é verdade que as vacinas estão aumentando os casos de Autismo. Como dito antes, o Autismo desenvolve-se antes do nascimento. Antes de qualquer possibilidade da criança ser vacinada. Mas como explicar, então, o fato da piora clínica após a administração de determinadas vacinas?
De forma simplificada, a resposta é a de que se trata de uma coincidência. O desenvolvimento das crianças (de todas elas) conta com algumas fases de ajustes celulares, no cérebro. São chamadas de “podas neuronais”. Algumas destas fases coincidem com o calendário de vacinas e, por isso, de forma equivocada, acabam levando à crença de que as vacinas são responsáveis pelo aparecimento e aumento do número de casos.
Não há nada que os pais, ou especificamente a mãe, possa ter feito ou deixado de fazer e que tenha relação com o diagnóstico de Autismo.
Quadros clínicos leves podem vir a se manifestar um pouco mais tarde e, inversamente, quadros mais graves, precocemente.
De qualquer forma, quando mais cedo a criança for diagnosticada, maiores serão as chances de ter um desenvolvimento mais próximo do considerado normal.
Geralmente os paciente têm dificuldades de interação social, apresentam interesses restritos (pelos mais diversos temas e/ou objetos), e tem dificuldade em brincar de forma funcional. Por exemplo, não pegam um carrinho e simulam seu movimento, tentando reproduzir o som do motor. Podem simplesmente enfileirar os carrinhos, geralmente sempre na mesma ordem, ou passar o tempo apenas observando o movimento das rodas, ou até mesmo girando o brinquedo como um todo.
Em famílias com outras crianças fica mais fácil o reconhecimento desses comportamentos disfuncionais, por haver o padrão de comparação.

Dicas e informações gerais

Artigos

– Vítimas invisíveis do Autismo: os Irmãos (em inglês)

(tradução através do Google Translate, com algumas correções)
É uma epidemia virtual. Uma em 88 crianças americanas é diagnosticada com transtorno do espectro autista, de acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças. No início desta semana, o representante Darrell Issa, presidente do Comitê de Supervisão e Reforma do Governo, realizou uma audiência sobre como o governo federal pode responder melhor ao aumento dramático nas taxas de autismo. No entanto, por toda essa preocupação, um grande grupo afetado está sendo ignorado rotineiramente: os irmãos. Dos 839 estudos relatados nos últimos quatro anos no Jornal de Autismo e Distúrbios do Desenvolvimento, apenas quatro foram dedicados a irmãos, e seu foco principal era o risco genético ao invés de experiência de vida.
Ao longo dos últimos cinco anos, realizei entrevistas em profundidade com uma população não clínica de 35 irmãos de crianças portadoras de autismo, e sua dor, massa e resistência silenciosa era semelhante a crianças que crescem com um pai ou irmão com doença crônica e debilitante . Enquanto contaram suas histórias, muitas vezes pela primeira vez, eles falavam de irmãos que se afastavam de um toque gentil, olhavam fixamente para um brinquedo em movimento e evitaram o olhar de um rosto sorridente. Eles descreveram irmãs que gritam quando uma cadeira se move uma polegada fora do lugar ou repetidamente recita os nomes de flores que começam com p.
Talvez o motivo mais marcante nas entrevistas tenha sido a devoção feroz que mostraram ao irmão ou irmã afetada. Um jovem reviveu um evento catastrófico quando seu irmão vagamente se afastou enquanto estava sob sua custódia. A imagem dele vagando pelas ruas, incapaz de falar seu nome, foi gravada para sempre em sua mente, seus dias de lollipop despreocupados para sempre. Agarrada pelo fantasma de perdê-lo novamente, ela ficou tão vigilante quanto uma mãe de tigre e criou uma ligação invisível conectando-se uma à outra. Em outra família, Marion, a irmã mais velha de uma criança do espectro, aplicou-se a Harvard e foi prontamente aceita. Mas ela considerou seriamente recusar a oferta porque “eu não podia abandonar Elena quando eu literalmente fui a guarda da minha irmã”.
Apesar da sua devoção, a maioria dos irmãos também ressentiu a criança afetada. Apesar de apreciarem plenamente os encargos que seus pais assumiram, eles lamentaram uma família que girava em torno de uma criança. Os principais eventos escolares foram freqüentemente atendidos por um único pai, o outro ficando em casa com seu filho do espectro. “Ei, e quanto a mim? Eu também tenho necessidades especiais “, lembrou-se de protestar.
Não surpreendentemente, muitos invejavam os relacionamentos de irmãos “normais” de seus amigos. Eles desejavam apoio mútuo, segredos compartilhados e a peça imaginativa de que desfrutavam os pares de irmãos típicos. Eles invejaram fervorosamente a liberdade de brigar sem medo de um desastre. O desejo de um irmão confidente nunca foi mais ardente do que durante confrontos entre os pais.
Qual é o ponto maior. O autismo não é apenas uma crise de saúde; É uma crise familiar que afeta todos os membros. Às vezes, o impacto nos irmãos pode ser positivo. Conscientes de sua boa fortuna comparativa, esses irmãos estavam inclinados ao sacrifício e amadureciam além de seus anos. A maioria estava preparada para assumir a responsabilidade total pelos irmãos adultos nos últimos anos, e muitos entram em uma série de profissões de ajuda. Mas até que reconheçamos os efeitos colaterais do autismo e atendamos às necessidades especiais de toda a família, não iremos realmente enfrentar o impacto de longo alcance, mas profundamente sentido, deste transtorno.

Estereotipias. São atividades, movimentos ou comportamentos repetitivos, aparentemente sem uma “utilidade prática” para o observador, mas que dão uma certa sensação de alívio para o paciente.

Sono. Algumas considerações importantes sobre as alterações no sono com o paciente com TEA

Livros

Para pais e professores

– O Estranho Caso do Cachorro Morto

Christopher John Francis Boone sabe de cor todos os países do mundo e suas capitais, assim como os números primos até 7.507. Gosta de animais mas não entende nada de relações humanas. Adora listas, padrões e verdades absolutas. Odeia amarelo e marrom e, acima de tudo, odeia ser tocado por alguém. Christopher Boone tem 15 anos e sofre de síndrome de Asperger, uma forma de autismo. Um dia, christopher encontra Wellington, o cachorro da vizinha morto no jardim. É acusado de assassinato e preso. Depois de uma noite na cadeia, decide descobrir quem matou o animal, e, inspirado no seu personagem fictício favorito, o impecavelmente lógico Sherlock Holmes, escreve um livro, relatando suas investigações. O resultado é ‘O Estranho Caso do Cachorro Morto’ é o livro de estréia do inglês Mark Haddon. A história do garoto autista que sabe tudo sobre matemática e quase nada sobre seres humanos já conquistou um dos mais importantes prêmios estrangeiros: o Whitbread 2003, na categoria livro do ano.

Para irmãos e colegas de escola

– A onda azul. Azul da cor do mar

De forma leve e envolvente, a história conta um pouco da rotina do Bê, um menino autista, do ponto de vista da irmã mais nova dele, a Lalá, de 8 anos. Ela nos mostra como, com muito amor e carinho, e com a ajuda dos pais, foi percebendo os sinais do irmão e aprendendo a conviver com o jeito diferente dele de se comunicar, brincar e expressar sentimentos. “Essa história é muito especial porque é a história de muitas famílias, de luta e superação”, ressalta Marismar Borém, coautora do livro.

– A escova de dentes azul

O Natal está chegando! E com ele o momento de escrever a cartinha para o Papai Noel. O que será que as crianças vão pedir de presente? Donatella tinha uma lista organizada com vários itens e Stefano queria os brinquedos mais modernos. Romeo, por sua vez, queria algo muito simples, o que surpreendeu toda a família. Nesta emocionante história, você irá conhecer um garoto muito especial que, com a sua pureza e simplicidade, mostrou a toda sua família o verdadeiro significado do espírito natalino. Esta história nasceu do texto que emocionou o Brasil: Lições que aprendi com meu filho autista, de Marcos Mion.

– Meu amigo faz iii

O livro conta a história de dois coleguinhas de escola. Bia, que é a narradora, percebe que seu colega Nil tem alguns comportamentos diferentes. Orientada pela professora, começa a observá-lo para tentar compreendê-lo. Uma ótima forma de ensinar as crianças a encararem a diversidade como algo natural e positivo!

– All about my brother

This is an invaluable contribution to helping typically developing children understand that a child with autism is a child first, and is someone interesting to know. Sarah gives insight into the sibling relationship in a way only a child can do it. Through her simple depictions of her brother Evan s everyday behavior, Sarah encourages others to approach autism without fear or pity. The effects of her book will live long beyond the last pages, as Sarah invites her young readers to share ideas for how to live with siblings or classmates who have autism spectrum disorders. The book is heart-warming and introspective and the writing style makes it appropriate for children and adults alike.

Outros títulos

– Enquanto isso… No mundo do Autismo

Este livro foi criado para que crianças com Transtornos do Espectro do Autismo possam ser mais compreendidas. Na história de Tito, mostram-se características de uma realidade que é mais comum do que se imagina. Leitura destinada a todas as crianças,aos seus pais e aos seus professores!

– Tenho um irmão diferente

– Humor Azul. O lado engraçado do Autismo

Muita gente pensa que o autismo é uma doença ou um motivo de dor e sofrimento para os autistas e as pessoas ao seu redor, mas na verdade ele é apenas uma forma diferente de enxergar as coisas e o mundo. O livro Humor Azul procura mostrar o lado engraçado e irreverente da vida dos autistas através dos desenhos do cartunista Rodrigo Tramonte (também uma pessoa com autismo), e das aventuras e desventuras do Zé Azul e de seus companheiros. Mesmo que não se ouça ou veja os autistas dando gargalhadas ao ler este livro e se enxergar nas situações das tiras, podem acreditar que eles estarão se divertindo muito por dentro. E além disso, os “normais” certamente descobrirão que são muito mais parecidos com os autistas do que pensavam.

Para discutir as diferenças

– Ninguém é igual a ninguém

Este livro pode ser utilizado em trabalhos de Orientação Educacional ou aproveitamento como material de suporte em todas as matérias do curriculum escolar; pois o personagem será a própria criança que irá utilizá-lo.

– Pedro e Tina

Pedro fazia tudo torto; se quisesse desenhar uma linha, ela saía torta; os cordões de seus sapatos nunca estavam bem amarrados. Já Tina fazia tudo certinho. Um dia eles se encontraram, e Pedro ficou encantado com o jeito de Tina fazer tudo certinho, mas Tina bem que gostaria que tudo que fizesse não fosse tão perfeito. Assim, falando da amizade entre Pedro e Tina, Stephen Michael King está nos falando da necessidade de sermos equilibrados: masculino e feminino, certo e errado, positivo e negativo.

– O frio pode ser quente?

 

A partir de exemplos do cotidiano, este livro mostra que tudo pode ter diferentes definições, depende só do jeito como a gente vê.

Materiais de Apoio – livros, brinquedos e manuais.

Filmes

Rain Man (Barry Levinson – 1988)

Muito Além do Jardim

Forest Gump

 

O Sheldon é Autista? Nerdologia 98

 

Séries

Atypical. Série veiculada pela Netflix, retratando algumas peculiaridades da vida de um portador de TEA. Bastante interessante para se ter uma ideia das dificuldades enfrentadas pelos pacientes e familiares, com algumas situações engraçadas, mas sempre com uma mensagem para reflexão.

Canais do Youtube

 

Sobre A.B.A. (Análise do Comportamento Aplicada )

Trata-se, basicamente, de uma técnica de intervenção comportamental que busca melhorar as habilidades do paciente (seja ele portador de TEA ou não).
A técnica avalia o comportamento específico, qual sua motivação e qual sua consequência para o paciente. A partir de então, é traçado um plano de intervenção específico.
 
A recomendação é a de que o paciente deve ser estimulado diariamente, por um período de duas horas. Idealmente, este acompanhamento é feito por
Auxiliar Terapêutico (AT), bem como pela família, que receberá instruções específicas.
Os resultados são muito bons, propiciando ao paciente uma importante melhoria em suas habilidades e autonomia.
Aqui, mais informações sobre ABA

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